Com dificuldades para concluir seu estádio antes da Copa
das Confederações, Brasília está pedindo ajuda a uma fonte
surpreendente: a Organização das Nações Unidas (ONU). O governo do
Distrito Federal assinou nesta semana um acordo de R$ 35 milhões com
duas agências da entidade para que adquiram serviços e itens como
barracas, geradores e câmeras de segurança, disse um funcionário da
entidade internacional nesta quarta-feira.
O contrato é um dos mais claros sinais de que o Brasil
está atrasado na construção dos estádios e de outras obras importantes
para eventos esportivos que irá sediar. A Copa das Confederações, em
junho, é um evento-teste para a Copa do Mundo, um ano depois. A vantagem
da ONU é que ela pode adquirir produtos e serviços sem passar pelos
complexos e demorados processos de licitação exigidos pela lei
brasileira.
Como o Estádio Nacional Mané Garrincha tem apenas 87%
das suas obras já realizadas, e a Fifa espera recebê-lo em meados de
abril, o fator tempo é crucial. "Com o curto cronograma e a necessidade
de focar na conclusão do estádio, o governo do Distrito Federal não
conseguiu fazer a compra a tempo por meio de licitação pública", disse
Arnaud Peral, representante-adjunto do Programa da ONU para o
Desenvolvimento (PNUD) no Brasil.
Algumas das estruturas temporárias a serem adquiridas
pelas agências da ONU para a Copa das Confederações - que reúne campeões
continentais mais o país-sede - continuarão disponíveis para os setes
jogos da Copa do Mundo a serem disputados em Brasília em 2014, segundo
Peral.
Boaz Paldi, porta-voz do PNUD em Nova York, disse que o
acordo com o Brasil "não é inteiramente inédito" e que o valor do
contrato ainda pode aumentar. Ele disse que o PNUD já auxiliou no
passado projetos relacionados aos Jogos Pan-Americanos e que a agência
ganhará "visibilidade" no Brasil devido à sua participação. Um porta-voz
do governo do Distrito Federal disse que o governador Agnelo Queiroz
(PT) tem por regra não comentar os contratos da capital.
Não é a primeira vez que o Brasil se vale da experiência
de agências da ONU. No ano passado, para o evento ambiental Rio+20, o
PNUD colaborou para garantir a transparência dos processos de
aquisição e também a acessibilidade para pessoas com deficiências, a
sustentabilidade ambiental e a inclusão social.
A Fifa já alertou que o Brasil não pode mais ter atrasos
nas obras. O novo estádio de Brasília, com 70 mil lugares, será o
segundo maior da Copa de 2014. Ainda falta cobri-lo, instalar acessórios
e plantar a grama. Antes da Copa das Confederações, o estádio deve
receber dois jogos: a final do Campeonato Brasiliense, em 18 de maio, e a
primeira rodada do Campeonato Brasileiro, entre Santos e Flamengo, uma
semana depois.
Fonte: http://esportes.terra.com.br
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